Algumas semanas se passaram depois do dia que a beijei, nenhum telefonema, nenhuma mensagem no celular, nenhuma noticia, por vergonha ou por medo de dizer não ?
O sinal do colégio tocava, eu procurava ela no pátio, e logo vi seu sorriso iluminando tudo, era como se aquele sorriso me esquentava por dentro, fui em sua direção, quando ela me viu seus olhos brilhavam, ela veio em minha direção, e me beijou.
Não era sonho, ela havia me beijado, me entregou uma carta, e saiu correndo, por alguns minutos fiquei sem reação olhando ela partindo, quando tomei coragem abri a carta:
“ Guga, muito obrigada por esses dezessete anos de vida ao meu lado.
Você faz uma grande diferença, lembra quando comecei a namorar o falecido ? Então era para te esquecer, pois éramos amigos, melhores amigos, e eu achei que era melhor ser assim, mas ontem no piqui-nique, não pude segurar os meus sentimentos por você !
Lembra quando éramos pequenos, nós chamávamos nossos amigos e brincávamos de casinha, eu e você eramos namorados sempre, e nem acredito que agora é sério ! Eu acho...
Bom qualquer coisa você sabe onde me encontrar !
Beijos, te amo.
Mel.”
Era a carta mais lindo do mundo, sua letra redonda em um papel branco, meu coração batia cada vez mais rápido, minha melhor amiga era minha namorada ! Mas minha missão não acabava ali.
Naquela mesma hora, liguei para ela e falei que queria jantar na casa dela, e que meus pais iriam junto, como nos conhecemos desde pequeno para meus pais e para os pais dela aquele jantar era só mais um entre muitos, mas para mim seria uma etapa da minha vida.
O ponteiro dos segundos parecia que demorava um ano para se mover, quando deu exatamente oito horas, apressei todos para irmos, todos estavam alegres, eu estava mais é claro, quando a porta da casa número 143 se abriu, a visão era maravilhosa, ela estava com um vestido claro curto, mas não vulgar, seu cabelo estava solto, e seus olhos me seduzindo como sempre, esperei meus pais entrarem, e dei um selinho nela, e entrei...
Todos estavam apostos na mesa, minha mão suava, minha cabeça doía, minha visão rodava, mas era preciso fazer aquilo, me levantei e pedi a palavra, ela me olhou com um olhar de desespero, minha mãe me olhou como se já soubesse o que eu iria falar, e logo comecei a falar, que eu amava a filha deles, e que queria namora-la, a mãe dela sorriu e em uma frase simples disse “Até que enfim !”, risadas foram soltas, me senti aliviada, começaram a falar da infância, mas sabia que um olhar estava em mim, era do pai dela.
By.: Thata